sábado, 3 de abril de 2010

À amiga Raíla Maciel

MINHA REMISSÃO

Perdão, poeta, por ter sido duro
Por jogar por sobre o muro
Tua frase certa
Por ter deixado no escuro
Tua obra aberta

Perdão, poeta, por te dar conselho
Por não notar que inda medra
Teu olho vermelho
Por te atirar feito pedra
Em teu espelho

Perdão, poeta, por te desvelar
Por tentar ser mais que o verso
A te iluminar
Por ter me inflamado imerso
Em teu pensar

Perdão, poeta, pelo meu perdão
Perdão por ter instigado
O teu não
Por ter te amordaçado
A inspiração

Perdão, poeta, enfim, por cada
Palavra de minha oferta
Não valem nada
Ocas, pois só tu, poeta
Sabes a estrada

6 comentários:

Raíla Maciel disse...

Suas palavras me ajudam a perceber meus erros e a evoluir com eles. Sua opinião sempre é muito importante para mim. Obrigada por tudo! Desculpas aceitas.

Rico Rodriguez disse...

Muito show grande amigo! Belíssimo poema.

Marcley de Aquino disse...

Raíla,
o agradecimento é recíproco. Entre a vida e a arte, também aprendo muito com a nossa amizade. Esse poema é uma prova.

Marcley de Aquino disse...

Rico,
mesmo que não seja belíssimo o poema, nem grande o poeta, o elogio de um amigo sempre vale muito! Porque a beleza da vida consiste em fazermos grandes amizades.

douglas de paula disse...

Concordo com o rico, discordo do marcley: o poema é belíssimo, e grande o poeta. A vida é que é curta, já diziam os antigos. Não dá tempo nem pra se conhecer direito, quanto mais os outros... mas este poema e este poeta, pelo menos, o tempo nos fez conhecer. Só para azucrinar o juízo, a cacofonia "por cada" na última estrofe poderia pular fora, cês não acham?

Marcley de Aquino disse...

Douglas,
há tempos não escutava tamanho palavrão! Realmente existe aí uma cacofonia. Nada intencional. Como não considero esse poema uma porcaria, tentarei modificar o fim do verso sem perder sua intenção. "Por toda" talvez...
No mais, fico grato com a generosidade do amigo que eu conheço também como poeta!