MINHA REMISSÃO
Perdão, poeta, por ter sido duro
Por jogar por sobre o muro
Tua frase certa
Por ter deixado no escuro
Tua obra aberta
Perdão, poeta, por te dar conselho
Por não notar que inda medra
Teu olho vermelho
Por te atirar feito pedra
Em teu espelho
Perdão, poeta, por te desvelar
Por tentar ser mais que o verso
A te iluminar
Por ter me inflamado imerso
Em teu pensar
Perdão, poeta, pelo meu perdão
Perdão por ter instigado
O teu não
Por ter te amordaçado
A inspiração
Perdão, poeta, enfim, por cada
Palavra de minha oferta
Não valem nada
Ocas, pois só tu, poeta
Sabes a estrada
sábado, 3 de abril de 2010
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