sábado, 3 de abril de 2010

À amiga Raíla Maciel

MINHA REMISSÃO

Perdão, poeta, por ter sido duro
Por jogar por sobre o muro
Tua frase certa
Por ter deixado no escuro
Tua obra aberta

Perdão, poeta, por te dar conselho
Por não notar que inda medra
Teu olho vermelho
Por te atirar feito pedra
Em teu espelho

Perdão, poeta, por te desvelar
Por tentar ser mais que o verso
A te iluminar
Por ter me inflamado imerso
Em teu pensar

Perdão, poeta, pelo meu perdão
Perdão por ter instigado
O teu não
Por ter te amordaçado
A inspiração

Perdão, poeta, enfim, por cada
Palavra de minha oferta
Não valem nada
Ocas, pois só tu, poeta
Sabes a estrada